Artigos científicos, ativismo e conscientização na preservação e manutenção do meio ambiente e das espécies em seus habitats naturais para o equilíbrio dos ecossistemas.
Scientific articles, activism and awareness in the preservation and maintenance of the environment and species in their natural habitats for the balance of ecosystems.
Uma árvore hospeda em média, mais de 1.000 espécies de seres vivos, alguns visíveis a olho nu, outros não. Todos esses seres juntos, fazem parte de um plano naturalmente harmonioso, que mantém o ecossistema funcional. A árvore, além da fotossíntese, que é o processo de absorção de CO² ( Gás carbônico) e Raios UV ( Radiação Ultra-violeta) do Sol, liberando O² (Oxigênio) e H²O (água), ela regula a umidade e temperatura de seu ambiente. O desequilíbrio ambiental se inicia numa simples extração ou destruição de uma árvore, pois, quanto mais tempo ela faz parte de um ambiente, mais ela se torna necessária em seu meio.
Em apenas um dia, centenas Km² de florestas estão sendo dizimadas por equipamentos de última geração, transformando toda a vegetação em detrito orgânico.
Os trituradores florestais (veja o vídeo) destroem em segundos, o que se leva anos para se criar, além de ceifar a vida de aves, mamíferos e centenas de outras espécies.
Essas máquinas foram projetadas para destruir florestas, não há reaproveitamento da madeira e existem dezenas de modelos e marcas variadas no mercado de extrativismo.
Professor Ricardo Hisamoto - Biólogo. Para saber mais: https://arvoresvivas.wordpress.com/arvores/
A lagartixa-doméstica-tropical (Hemidactylus mabouia) é uma espécie de lagartixa de pequenas dimensões (de 20 mm a 110 mm), que anda nas paredes das casas, sobretudo quando chove.
A dieta deste animal é variada, inclui espécies como Aranhas, Escorpiões, insetos, em especial Mosquitos, Baratas e espécies Ortóptera (Grilos. Gafanhotos).
Esses pequenos répteis têm uma importante função no nível trófico e na cadeia / teia alimentar, pois se alimentando de outros insetos, vão mantendo o equilíbrio entre espécies em seu ambiente, daí sua importância.
São os melhores agentes naturais no combate aos insetos vetores de doenças como Malária, Febre Amarela, Dengue, Chikungunya, Doença de Chagas, etc.
Antes de pulverizar o ambiente com inseticidas, verifique se há alguma lagartixa e retire-a usando uma folha de caderno em forma de cone, nunca puxe-a pelo rabo, pois esse pode soltar-se de seu corpo, é sua defesa contra predadores.
A lagartixa doméstica não pica, não morde e não tem veneno, se você acha indesejável esses seres no seu convívio, basta manter o ambiente sempre impecavelmente limpo, assim será livre dos insetos citados acima e a lagartixa irá procurar alimento em outro lugar.
O país é o mais "sangrento" do mundo para quem defende suas terras contra madeireiros, extrativistas e outros invasores de unidades de conservação.
Relatório da ONG Global Witness mostra que, em 2015, 50 ambientalistas foram assassinados no Brasil, o primeiro no ranking.
Em todo o planeta, 185 pessoas perderam a vida - um aumento de 59% em relação aos índices registrados em 2014.
Os povos indígenas são os mais vulneráveis devido ao isolamento geográfico e à contestação de seu direito sobre a terra ocupada.
Quase 40% dos assassinatos contabilizados em 2015 foram de indígenas, conforme o relatório "Em terreno perigoso" (O Globo).
Brasil lidera ranking de mortes de ambientalistas em 2015, diz ONG
Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil EBC
O Brasil está no topo da lista dos países onde mais ativistas ambientais e da terra foram mortos em 2015, com 50 casos, segundo o levantamento Em terreno perigoso, divulgado hoje (20) pela organização não governamental Global Witness. Em todo o mundo, foram 185 ativistas assassinados no período, segundo a entidade. É o maior número de mortes por ano de ambientalistas já registrado pela entidade e representa aumento de 59% na comparação com 2014.
“Em 2015 mais de três pessoas por semana foram assassinados por defender suas terras, florestas e rios contra indústrias destrutivas”, diz a publicação.
O Brasil é seguido no ranking pelas Filipinas, com 33 assassinatos; Colômbia, com 26; Peru e Nicarágua, com 12 casos; e a República Democrática do Congo, onde 11 ativistas dessas causas foram assassinados.
De acordo com a Global Witness, as principais causas de morte dos ativistas de causas ambientais e ligadas à terra em 2015 foram o envolvimento das vítimas em conflitos contra a atividade de mineração (42 mortes), agronegócio (20), exploração madeireira, com 15 assassinatos, e projetos de energia hidrelétrica, também com 15 casos. A organização atua contra abusos de direitos humanos e ambientais na exploração de recursos naturais no mundo e estima que os números são ainda maiores, levando em conta as dificuldades para se obter informações sobre essas mortes.
Entre os assassinatos no Brasil está o do líder comunitário Antônio Isídio Pereira da Silva, encontrado morto na véspera do Natal no povoado de Vergel, no município de Codó (MA), após uma semana desaparecido. “Este líder de uma comunidade de pequenos agricultores do estado do Maranhão sofreu ameaças de morte durante anos por denunciar a exploração ilegal de madeira em suas terras. A polícia nunca investigou o assassinato dele”, denuncia a Global Witness no relatório.
Indígenas são mais vulneráveis
A vulnerabilidade dos povos indígenas em conflitos agrários, agravada por muitos casos de posse precária da terra e isolamento geográfico, recebeu destaque no documento, que aponta que cerca de 40% das vítimas de 2015 eram indígenas.
No Brasil, o relatório cita o caso do Guarani-Kaiowá Simeão Vilhalva, 24 anos, morto em 29 de agosto do ano passado no município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul. O crime ocorreu quando um grupo de fazendeiros tentou retomar à força fazendas ocupadas por indígenas em uma área que faz parte da Terra Indígena Nhanderu Marangatu. A terra foi homologada em 2005 pelo governo federal, mas o decreto foi suspenso e os índios aguardam decisão final do Supremo Tribunal Federal em terra provisória.
Conflitos na Amazônia
As mortes de ativistas na Amazônia brasileira tiveram destaque no documento, segundo o qual a luta para salvar a floresta está se tornando cada vez mais uma briga contra organizações criminosas que aterrorizam as populações locais. Nem mesmo as forças policiais são respeitadas na região, na avaliação da ONG.
Na última sexta-feira (17), durante uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, em Novo Progresso, no Pará, a equipe de fiscalização foi atacada a tiros em uma emboscada que levou à morte o sargento da Polícia Militar João Luiz de Maria Pereira.
O relatório também destaca que na Amazônia há milhares de campos de extração ilegal de madeira, que acaba chegando ao mercado internacional.
Papel dos governos
Segundo a Global Witness, os interesses em comum de governos e empresas muitas vezes protegem os responsáveis pelas mortes de ativistas envolvidos em conflitos de terra ou com a proteção do meio ambiente e que pouco se faz para levar os autores à Justiça. A organização alerta que, se não houver intervenção estatal, os números serão cada vez maiores.
Segundo a organização, entre os casos de morte de ativistas mais bem documentados no mundo no ano passado, 16 estão relacionados com grupos paramilitares, 13 com o Exército, 11 com policiais e 11 guardas de segurança privada.
Para enfrentar a questão, a Global Witness pede providências dos governos dos países envolvidos e aponta caminhos para diminuir o número de mortes, como garantir maior proteção aos ativistas da terra e do meio ambiente que estiverem sob risco de violência, investigar os crimes, garantir que as empresas consultem as comunidades antes de fazerem empreendimentos que as afetem, entre outros.
A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça e Cidadania informou que “ainda não possui posicionamento sobre o relatório”.
Com a expansão demográfica, desflorestamento e a construção de estradas, cada vez mais são reduzidos os habitats das espécies silvestres, e com isso, o número de animais acidentados sobe a cada ano. Não são todos os atropelamentos que são devidamente registrados, podemos concluir que os números irão além dos 475.000.000 de animais silvestres atropelados por ano no Brasil, conforme as estimativas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas.
O governo ( DER - Departamento de Estradas de Rodagem ), coloca nas rodovias placas de sinalização ( placa amarela com desenho de animal ) para alertar os motoristas.
Veja na integra, a matéria da BBC:
A principal causa da morte de animais silvestres no Brasil
Thiago Guimarães - @thiaguimaDa BBC Brasil em Londres
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Direito de imagemLEONARDO MERCONImage captionOnça-parda atropelada às margens da BR-101, em uma das áreas de mata atlântica mais preservadas do país
BR-101, norte do Espírito Santo, setembro de 2015. Um caminhoneiro sente um cheiro forte e localiza uma anta – o maior mamífero terrestre brasileiro – na margem da pista, em estado avançado de decomposição.
Cinco meses antes, no mesmo trecho da rodovia, biólogos encontraram uma fêmea adulta de harpia, a maior ave de rapina das Américas, debilitada por fraturas e hematomas. Por ali, restos de retrovisor de caminhão. No mês anterior, a vítima fora uma onça-parda.
As cenas com espécies ameaçadas de extinção são um retrato de um filme que não sai de cartaz no Brasil: a matança de animais por atropelamentos em estradas.
Direito de imagemLEONARDO MERCONImage captionEm um ano, ao menos quatro antas foram atropeladas no trecho crítico da BR-101; 20 mil animais são mortos por mês em segmento de 25 kmDireito de imagemLEONARDO MERCONImage captionTamanduá-mirim atingido por veículo nas imediações da BR-101; duplicação de trecho da BR, prevista para 2025, preocupa especialistasDireito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionCutia atropelada em estrada de terra dentro da Floresta Nacional de Carajás, no Pará
Essa é, de longe, a principal causa de morte de bichos silvestres no país, superando caça ilegal, desmatamento e poluição. São 15 animais mortos por segundo, ou 1,3 milhão por dia e até 475 milhões por ano, segundo projeção do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), da Universidade Federal de Lavras (MG).
Quem puxa a lista são os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor porte – respondem por 90% das mortes, ou 430 milhões de bichos. O restante se divide em animais de médio porte (macacos, gambás), com 40 milhões, e de grande porte (como antas, lobos e onças), com 5 milhões.
A situação, dizem especialistas, é o resultado natural para um país que desconsiderou os bichos ao planejar as rodovias e ainda dá os primeiros passos na adoção de medidas para minimizar os impactos das vias.
"Está acontecendo uma desgraça total e não temos tempo nem de estudar o que ocorre", disse à BBC Brasil Áureo Banhos, professor do departamento de biologia da Universidade Federal do Espírito Santo.Corrida contra o tempo
Banhos coordena um time que monitora os atropelamentos no trecho de 25 km da BR-101 que corta uma das manchas verdes mais intactas do país. É um mosaico de 500 km² (ou um terço da cidade de São Paulo) de unidades de conservação rasgado pela pista única da via.
Direito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionTrânsito na BR-101 no trecho que corta a reserva de Sooretema; área é último refúgio na região para grandes mamíferosDireito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionRodovia que une a área urbana de Parauapebas, no Pará, e a Floresta Nacional de Carajás; país tem mais de 15,5 mil km de estradas cortando unidades de conservação
Um exemplo do alerta do professor: das 70 espécies de morcegos identificadas na região, 47 já foram atropeladas na estrada – e uma delas era desconhecida da ciência até então. Ao todo, 165 espécies de diferentes animais perderam a vida por ali (10 anfíbios, 21 répteis, 63 aves e 71 mamíferos) – são 50 mortes por dia apenas nesse ramo da rodovia, ou 20 mil por ano.
Direito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionTamanduá-bandeira atropelado na MS-178, que liga Bodoquena a Bonito, em Mato Grosso do Sul
Essa floresta integra as reservas de mata atlântica da Costa do Descobrimento, patrimônio natural da humanidade desde 1999. Por ser um raro fragmento contínuo de mata, é o último refúgio na região para várias espécies ameaçadas, como a anta, a onça-pintada, o tatu-canastra e a harpia.
O fotógrafo Leonardo Merçon, do Instituto Últimos Refúgios, fez um trabalho de registro da Reserva Biológica de Sooretama, a maior peça do mosaico verde da região. Impressionado pelos atropelamentos, acabou se engajando nas ações de conscientização para a gravidade do problema.
"Você nem precisa de dados para ver o impacto real do problema", afirma ele. Um vídeo do instituto que registrou uma onça-parda atropelada na estrada teve mais de 1 milhão de visualizações.
Em locais como esse, a perda de um único indivíduo pode ter impacto muito grande sobre a biodiversidade. "Engenheira" dos ecossistemas, por dispersar sementes e servir de presa para grandes predadores, a anta, por exemplo, leva 13 meses na gestação (com um filhote por vez) e demora dois anos entre as concepções.
Um possível caminho para os animais cruzarem para o outro lado da via são os dutos de drenagem de água sob a pista, mas nem sempre é simples mudar seus hábitos.
Direito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionTamanduá-mirim faz travessia por manilha construída na origem da BR-101 para escoamento de águaDireito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionPesquisador da UFES Áureo Banhos em trabalho para adaptar os dutos de água fluvial para passagem de fauna; ao alto, um morcego passa pela manilha: ao menos 47 espécies desse mamífero já foram atropeladas na rodovia
"No parque nacional Banff, no Canadá, os ursos demoraram oito anos para começar a usar esse tipo de passagem", afirma Alex Bager, coordenador do CBEE. No caso da BR-101, apenas 15% dos bichos atropelados usam as manilhas.
Ou seja, talvez seja mais fácil mudar os hábitos dos motoristas, por meio de ações como redução de velocidade, radares inteligentes que multam pela média de velocidade (e não em apenas um ponto) e placas de advertência.
Direito de imagemPARKS CANADAImage captionEstrutura para passagem superior de fauna construída no parque nacional Banff, no Canadá
A Eco-101, concessionária responsável pelo trecho da BR-101 em questão, diz que o segmento tem dois radares fixos, velocidade máxima de 60 km/h (especialistas defendem 25 km/h) e dez placas educativas. Afirma ainda promover ações de conscientização e que estuda a "ampliação dos dispositivos de segurança para os animais silvestres".
Ausência de normas
A situação da BR-101 no Espírito Santo – que ainda enfrenta a perspectiva de duplicação até 2025 – é uma amostra aguda de um problema nacional. São mais de 15,5 mil km de estradas atravessando áreas federais de conservação.
Os pontos críticos estão por todo o Brasil. Um levantamento do Instituto de Pesquisas Ecológicas em três trechos de rodovias de Mato Grosso do Sul (1.161 km nas BRs 267, 262 e 163) entre abril de 2013 e março de 2014, por exemplo, localizou 1.124 carcaças de 25 espécies diferentes, como cachorro-do-mato (286 mortes), tamanduá-bandeira (136) e jaguatirica (7).
Direito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionCruz deixada por pesquisadores em local onde harpia foi encontrada morta na BR-101Direito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionRéptil passa por medição na BR-101; desafio é entender o impacto das rodovias nas populações de animais
E não há normas nacionais específicas para a construção de rodovias que cortam reservas naturais. Tudo tramita como um licenciamento ambiental padrão.
O problema vem mobilizando a classe acadêmica no país. Paralelamente a uma explosão nos estudos em ecologia de estradas, há articulações institucionais em curso no Congresso e em órgãos ambientais.
Direito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionExemplares empalhados de espécies atropeladas na BR-101
Um fruto recente desse debate é o PL (Projeto de Lei) 466/2015, do deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP), que busca tornar obrigatórias ações como monitoramento e sinalização em áreas "quentes" de atropelamentos, além da criação de um cadastro nacional de acidentes com animais silvestres.
Sobre essa última medida, um esforço já partiu da própria academia, com a criação do Sistema Urubu, uma espécie de rede social para compartilhamento e validação de informações sobre atropelamentos de bichos.
No ar há um ano, a iniciativa do CBEE conta com um aplicativo gratuito pelo qual qualquer pessoa pode fotografar e enviar imagens de acidentes com animais. Os registros são enviados para uma base de dados central e são validados por especialistas cadastrados no sistema, tudo online.
Direito de imagemJOAO MARCOS ROSAImage captionEm audiência com Procuradoria em abril, Áureo Banhos indica trecho de mata cortado pela BR-101; profissionais se articulam por medidas emergenciais e contra duplicação da via
Já são cerca de 15 mil usuários cadastrados e mais de 20 mil fotos enviadas. Para entrar no sistema, cada registro precisa ser validado por cinco especialistas, e ter o consenso de três deles sobre qual é a espécie em questão – são 800 "validadores" ativos na rede, cada um especializado numa classe animal.
"Muitas vezes, as pesquisas sobre o tema no Brasil são muito regionalizadas, restritas ao raio da universidade por falta de recursos. Com o sistema poderemos criar um mapa de áreas críticas de atropelamentos no país e usá-lo como política pública de conservação", afirma Alex Bager, do CBEE.
Diante da perspectiva da fase mais explosiva de construção de estradas na história, com pelo menos 25 milhões de km de novas rodovias no mundo até 2050, especialistas defendem que essas intervenções passem, cada vez mais, por estudos de custo-benefício.
Seria um modo de evitar a proliferação de vias em regiões de alto valor ambiental mas potencial agrícola apenas modesto, como a bacia Amazônica. "Construir estradas é abrir uma caixa de Pandora de problemas ambientais, e ainda estamos na pré-história da mitigação de impactos", afirma Banhos.
Direito de imagemLEONARDO MERCONImage captionJabuti-tinga, espécie ameaçada, se arrisca na tentativa de atravessar a BR-101; perspectiva de 25 milhões de km de novas rodovias no mundo até 2050 exige ação urgente, afirmam especialistas