sábado, 25 de fevereiro de 2017

Recém-nascidos e os riscos de infecções

Bebês recém nascidos devido à sua baixa imunidade, são as maiores vítimas de agentes infecciosos por causa de ambientes contaminados...

Aproximadamente 50% das 7,5 milhões de mortes de crianças no mundo ocorrem nas primeiras 4 semanas após o nascimento, o chamado período neonatal.

O recém-nascido é extremamente suscetível a infecções por um grande número de micro-organismos, sendo que o prematuro apresenta incidência de 5 a 10 vezes maior de adquirir infecção microbiana. 

Ambos têm maior incidência de infecções microbianas invasivas as quais, geralmente, apresentam maior severidade, necessitando de diagnóstico e terapia adequados.

Desta forma, crianças apresentam maior morbidade e mortalidade relacionadas a vários patógenos, em especial, aos intracelulares.

Isso ocorre em função da imaturidade imunofisiológica, que resulta de limitações nos mecanismos imunológicos inatos e adaptativos.

Pode-se afirmar que o estudo do sistema imune do recém-nascido é relevante, não apenas do ponto de vista biológico, mas também como forma de identificação de novos métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção a infecções e alergias no recém-nascido e na infância.

Considerando a importância dos aspectos citados, o objetivo do presente estudo é revisar o sistema imune do recém-nascido, destacando-se aspectos fetais e maternos. 

Ressaltam-se, desta forma, elementos das imunidades inata e adaptativa neonatais. Além disso, evidencia-se a importância do leite materno, principalmente com relação ao seu papel no contexto citado.

Para saber mais sobre os cuidados dos bebês: 



Professor Ricardo Hisamoto - Biólogo.


Hesperian Health Guides

Problemas de saúde dos recém-nascidos

Um bebé saudável respira facilmente sem luta. Deve amamentar a cada 2 ou 4 horas e acordar por si só quando tem fome ou está molhado. A sua pele deve estar limpa ou ter apenas uma pequena vermelhidão ou erupção que fica limpa em poucos dias. Um bebé que não faz isso pode ter problemas e deve ter ajuda rápida.
Doenças que levam dias ou semanas para matar um adulto podem matar um bebé em poucas horas.

Infecção

A infecção num recém-nascido pode ser muito perigosa e requer tratamento imediato com antibióticos (ver antibióticos combatem infecções). Dependendo da distância do Centro de Saúde e dos medicamentos que tem, deve procurar ajuda imediata ou iniciar o tratamento – mesmo se estiver perto de obter ajuda.
Sinais de perigo
  • Respiração rápida: mais do que 60 respirações por minuto enquanto dorme ou descansa.
retracção subcostal, gemido
adejo nasal
  • Lutando para obter ar: retracção subcostal, gemido, adejo nasal enquanto dorme ou descansa.
  • Febre, acima de 37.5º C, ou temperatura baixa, menor que 35.5º C.
  • Erupção severa com muitas borbulhas ou bolhas. (erupções ligeiras são normais)
  • Não mama.
  • Raramente desperto ou parece não responder.
  • Convulsões–perda de consciência e movimentos bruscos.
Qualquer destes sinais significa que o bebé necessita de tratamento.
Tratamento
Se suspeita de uma infecção que não é grave, dê ampicilina ou amoxicilina, mas se a infecção é grave injecte ampicilina e gentamicina imediatamente e procure ajuda médica. A dose exacta do medicamento depende da idade e do peso do bebé.
O bebé deve começar a melhorar em 2 dias. Se não melhorar, serão necessários antibióticos diferentes para salvar a sua vida.
Injecte os medicamentos
no músculo no lado da coxa.
Os antibióticos em comprimidos podem ser esmagados ou as cápsulas podem ser esvaziadas e misturados com leite materno e dado ao bebé, mas alguns antibióticos devem ser injectados. Isto é feito no músculo da parte lateral da coxa. Para administrar injecções de forma segura ver Medicamentos, testes laboratoriais e tratamentos (em desenvolvimento).
Se a mãe teve febre durante o trabalho de parto, seja mais cuidadoso a procura de sinais de perigo no bebé. Do mesmo modo, o bebé pode as vezes aspirar líquido ao nascer (as águas que têm fragmentos acastanhados ou esverdeados de fezes. Ou a pele do bebé pode estar amarela ao nascer). Isso pode causar infecção nos pulmões nos primeiros dias, por isso esteja preparado para tratar rapidamente este bebé ao primeiro sinal de infecção.

Choro

Deixe-me tomar conta do bebé enquanto você descansa.
Alguns bebés choram mais que os outros. Um bebé que chora muito provavelmente está bem se os outros sinais de saúde estão normais. Verifique se respira normalmente quando não está chorando.
Choro quase constante que piora a noite, é chamado cólica. Deverá melhorar perto dos 3 meses. Isto é geralmente mais duro para a família do que para o bebé. Seja cortês com as novas mães. Faça com que elas tenham o repouso e a ajuda que necessitam.
Se o bebé chora a maior parte do dia, não come, tem febre ou tem problemas para respirar, considere que isto poderá ser um sinal de infecção.

Vómitos

Os bebés bolçam ou arrotam. As vezes é tanto e pode vir pela boca ou nariz. Bolçar leite não é um problema se o bebé mama muitas vezes e ganha peso. Tente segura-lo virado para cima após comer. Um bebé está realmente vomitando se o seu corpo faz força em vez de deitar leite fora.
Segure o bebé sobre o seu ombro ou joelho e gentilmente
dê palmadinhas nas costas para que arrote após comer.
Isto ajudará a tirar o ar que engoliu enquanto mamava.
Sinais de perigo
  • Vomitar várias vezes e não conseguir manter nada no estômago
  • Vómitos de sangue
  • Tem sinais de desidratação

Desidratação (pouco líquido no corpo)

Bebés rapidamente ficam desidratados. Nos bebés a desidratação é perigosa.
Causas
  • Diarreia
  • Vómitos
  • Mamar menos do que a cada 2 ou 4 horas
  • Comer ou beber outras coisas que não sejam leite materno (como leite artificial, papa de aveia ou água)
  • Calor
Sinais
  • Urinar menos, urina escura ou com cheiro forte
  • Língua e boca seca
  • Pele ou olhos sem brilho
Desidratação grave pode causar olhos encovados, fontanela deprimida, perda de peso e falta de resposta.
Tratamento
Ao primeiro sinal de desidratação ou se o bebé tem diarreia ou tem tido vómitos, amamente mais vezes. Acorde o bebé para beber pelo menos a cada 2 horas. Pode também dar uma bebida rehidratante (uma receita simples de água com um pouco de sal e açúcar). Dê a bebida rehidratante após dar de mamar. Muito raramente a mãe que amamenta o suficiente mas não produz leite suficiente (clique aqui). Se um bebé desidratado não começa a melhorar em poucas horas, procure ajuda médica para ter líquidos no bebé.

Erupções

Os Recém-nascidos têm erupções, manchas e cores diferentes na pele que não são perigosas e desaparecem por si só. Uma erupção no rabo do bebé é causada pelo facto da pele estar húmida com urina ou fezes. Limpe a área mais vezes. Mude as fraldas e roupas húmidas assim que ficam molhadas ou sujas. Para um bebé mais velho e num dia quente pode deixar o seu rabo sem fralda para curar. O creme de óxido de zinco pode ajudar. Se não curar em poucos dias pode ser uma infecção por fungos. Use nistatina creme.
Se o bebé tem bolhas ou muitas borbulhas, especialmente se o bebé parece doente ou tem febre, pode ser uma infecção. Se não melhoram rapidamente ou se qualquer dos sinais de infecção piora, dê os antibióticos listados aqui.

Icterícia

Olhos ou pele amarelada é chamada icterícia. Para um bebé de cor escura verifique os olhos. A icterícia entre o segundo e o quinto dia após o nascimento não é perigosa. O melhor tratamento é amamentar mais vezes. Isto ajudará o bebé a eliminar a substância que faz os seus olhos amarelos. Acorde-o a cada duas horas para mamar. A luz solar também ajuda. Segure o bebé despido no sol por 15 minutos ou mais, poucas vezes ao dia.
Sinais de perigo
  • A icterícia começa imediatamente – nas primeiras 24 horas de vida.
  • A icterícia começa mais tarde mas cobre todo corpo.
  • O bebé com icterícia está muito sonolento ou não acorda para mamar.
Procure ajuda para qualquer destes sinais.

Os olhos

Muitas mulheres têm clamídia ou gonorreia e não sabem que estão infectadas. Tratamento com antibiótico nos olhos, imediatamente após o nascimento previne problemas dos olhos devido a gonorreia que passou da mãe para o bebé.
Uma pálpebra vermelha, inchada, com sangue ou pus após 5 dias de vida é mais provável que seja uma infecção do olho por clamidia ou gonorreia. Dê eritromicina pela boca misturada com leite materno. A mãe e o pai devem também ser tratados para chamydia e gonorreia. Se a infecção dos olhos não melhora num dia ou dois necessitará de outro antibiótico para evitar cegueira. Procure ajuda.
Os buracos pequenos que permitem que as lágrimas lubrifiquem os olhos podem ficar fechados e os olhos podem ficar pegajosos. Limpe-os com um pano limpo, húmido e morno. Use panos diferentes para cada olho. Isto para evitar que se houver infecção num dos olhos, ela não se espalhe para o outro.
Uma pálpebra vermelha, inchada, com sangue ou pus após 5 dias de vida é provável que seja uma infecção do olho por clamídia ou gonorreia. O tratamento para clamidia é eritromicina por via oral (pela boca) suspensão oral ou os comprimidos esmagados misturados com leite materno e administrados ao bebé. O tratamento da gonorreia é uma injecção de ceftriaxona. Se não puder testar para saber que doença está causando infecção, dê medicamento para as duas. A mãe e o pai devem também ser tratados para chamidia e gonorreia. Ver Infecções e problemas genitais (em desenvolvimento). Se a infecção dos olhos não melhora num dia ou dois necessitará de outro antibiótico para evitar cegueira. Procure ajuda.

Fontanela

A fontanela no topo da cabeça do bebé deve ser plana. A fontanela deprimida ou abaulada são ambos sinal de problemas muito sérios.
Uma fontanela deprimida é sinal de
desidratação. Dê mais leite materno
e bebida rehidratante.
Uma fontanela abaulada é
um sinal de meningite.

O cordão umbilical

Após cortar o cordão umbilical, deixe o coto. Não o cubra. Mantenha as fraldas e roupas longe. Evite toca-lo, mas se tiver de toca-lo lave primeiro as suas mãos com água e sabão. Se o coto ou o umbigo ficarem sujos ou com sangue seco, limpe com água e sabão e um pano muito limpo.
Se a mãe cobre o coto do cordão com um pano ou banda, tenha a certeza que está limpo, seco e mude de roupa várias vezes por dia.
Mantenha longe do umbigo do bebé – manterá a infecção longe do bebé.
O coto deve secar e cair em aproximadamente uma semana.
Se a área a volta do cordão fica vermelha ou quente, cheira mal ou drena pus, provavelmente está infectado. Limpe bem e dê amoxicilina ao bebé.
Se o bebé faz caretas, não mama ou parece rígido especialmente se a área a volta do umbigo parece infectada, o bebé pode ter tétano. Isto é uma emergência.
Conteúdo extraído da fonte: 



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Peixe peçonhento tem molécula com ação potencial contra esclerose

Peixe peçonhento tem molécula com ação potencial contra esclerose
Peter Moon  |  Agência FAPESP – Quando se pensa em um peixe venenoso é comum lembrar da imagem de um baiacu inflado como um balão. No baiacu – designação popular de diversos peixes da ordem dos Tetraodontiformes –, o veneno está na carne. Comer a carne não tratada para a retirada da toxina pode levar à morte.
O baiacu é venenoso, mas não é peçonhento: não tem presas nem espinhos para injetar toxina em suas vítimas e, desse modo, imobilizá-las. O niquim (Thalassophryne nattereri), habitante de águas rasas, tem tudo isso.
O niquim vive na zona de transição entre as águas salgada e doce, escondido no fundo lodoso de rios e lagoas costeiras. Na maré vazante o peixe cor de areia sobrevive enterrado, podendo viver fora d’água por até 18 horas. Quem caminha pela areia rasa no litoral do Norte e Nordeste, estendendo-se até a costa do Espírito Santo, pode inadvertidamente ser picado pelo niquim. Todos os anos há relatos de 50 a 100 acidentes no litoral brasileiro. O número real deve ser maior, pois não há notificação obrigatória e nem tratamento por enquanto.
Em 2008, um grupo de pesquisadores do Laboratório Especial de Toxinologia do Instituto Butantan, em São Paulo, desenvolveu um soro efetivo contra a picada do niquim. Agora, a mesma equipe, liderada pelas imunofarmacologistas Mônica Lopes-Ferreira e Carla Lima, descobriu que as fêmeas do niquim, embora menores, têm toxina mais poderosa que a dos machos.
Os resultados da pesquisa, desenvolvida no âmbito do Centro de Toxinas, Resposta-Imune e Sinalização Celular (CeTICS), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, foi publicado na revista Toxicon.
Em outro estudo, o grupo de pesquisadores já havia observado na peçonha do niquim um peptídeo que mostrou ter ação contra a esclerose múltipla – doença inflamatória autoimune neurológica na qual o sistema imunológico afeta a bainha de mielina que recobre os neurônios, responsável pela condução nervosa.
“Identificamos um peptídio com atividade anti-inflamatória comprovada nos casos de esclerose múltipla. Em camundongos, o peptídeo bloqueia o trânsito e a infiltração de linfócitos patogênicos e macrófagos para o sistema nervoso central, o que favorece o aumento de células reguladoras. Isso resulta na atenuação da neuroinflamação e na prevenção da desmielinização, refletindo no adiamento do aparecimento dos sintomas e na melhoria dos sinais clínicos da doença”, explicou Lima.
O peptídeo, denominado TnP (peptídeo do T. nattereri), foi descoberto em 2007, quando Lopes-Ferreira resolveu pesquisar se o veneno era composto por peptídeos além de proteínas. Simultaneamente, Lima havia padronizado no laboratório testes em murinos (roedores) para avaliação de esclerose múltipla. As duas resolveram testar a eficácia do peptídeo no tratamento da doença.
“Inicialmente, descobrimos a função anti-inflamatória do peptídeo e, mais recentemente, a função imunomoduladora”, disse Lopes-Ferreira. Segundo ela, todos os ensaios científicos para a comprovação da eficácia do peptídeo no tratamento da esclerose múltipla foram feitos no laboratório de toxinologia do Butantan, em parceria com o laboratório Cristália, de Itapira (SP).
As próximas etapas rumo a um medicamento necessitam da continuação da parceria com o laboratório ou com outro que tenha interesse na descoberta e na sua aplicação. Mas os pesquisadores ainda aguardam a aprovação do pedido de patente solicitada ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
“Depositamos, em 2007, o pedido da patente que ainda está pendente de aprovacão. Nesse meio tempo, a patente já foi requerida e aprovada na Comunidade Europeia, nos Estados Unidos, Canadá, México, Japão, Coreia do Sul, Índia e China. Em média, cada processo levou um ano para ser aprovado”, disse Lima.
Fêmeas são mais venenosas
O niquim possui quatro espinhos ligados a uma glândula produtora de toxina poderosa. A maioria dos acidentes com o peixe em humanos ocorre na região palmar e plantar. O veneno provoca dor, edema e necrose de difícil cicatrização, acarretando em perda de função.
“Há relatos de pessoas que choram de dor. O pé ferido quase duplica de tamanho e a dor e o edema podem levar até dois meses para desaparecer”, disse Carla Lima. Esses sintomas são provocados principalmente por proteases encontradas no veneno, chamadas de natterinas.
Segundo Mônica Lopes-Ferreira, inicialmente as natterinas impedem o recrutamento celular – todo processo inflamatório aciona um mecanismo de recrutamento e ativação de células fagocitárias responsáveis pelo controle inicial do agente causador do problema. As proteases do veneno do niquim impedem essa reação natural do organismo.
Além disso, as natterinas provocam estase venular – paralisação do fluxo de sangue pelos vasos – e agem na matriz extracelular, afetando o metabolismo e as trocas e interações entre as células.
Agora se sabe que as fêmeas da espécie são mais venenosas. Os machos da espécie têm em média 22 centímetros de comprimento e 200 gramas. Já as fêmeas são bem menores: 18 centímetros e 120 gramas. No entanto, a concentração de toxina no veneno das fêmeas é diferente, e muito mais necrosante.
Ou seja, os sintomas da picada da fêmea são mais severos e mais prolongados. Mas não fatais. “A glândula que produz o veneno não o faz na quantidade suficiente para ser fatal a um ser humano. Para tanto, a quantidade de toxina teria que ser 20 vezes maior”, disse Lima.
Não existe tratamento farmacológico disponível para uso público contra o veneno do niquim. A composição do veneno dos peixes é muito diferente daqueles das cobras e dos escorpiões. “O veneno do niquim não pertence à família das toxinas clássicas e, portanto, a dor provocada por ele não pode ser tratada com nenhum analgésico clássico”, disse Lima.
Como uma das especialidades do Butantan é a fabricação de soro antiofídico, em 2008 a equipe do Laboratório Especial de Toxinologia extraiu o veneno do niquim e inoculou em cavalos para a produção de anticorpos com os quais foi feito um soro. Em camundongos, o soro antiveneno de T. nattereri produzido em equinos se mostrou eficaz na neutralização da necrose e da dor e parcialmente do edema.
“O fato de inibir a necrose já é muito importante, uma vez que a necrose é um dos maiores transtornos do acidente”, disse Lopes-Ferreira. O soro contra o veneno do niquim ainda não está sendo produzido, aguardando o interesse do Ministério da Saúde em sua produção industrial.
O artigo Analysis of the intersexual variation in Thalassophryne maculosa fish venoms (doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.toxicon.2016.02.022), de Mônica Lopes-Ferreira, Ines Sosa-Rosales, Fernanda M. Bruni, Anderson D. Ramos, Fernanda Calheta Vieira Portaro, Katia Conceição e Carla Lima, pode ser adquirido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0041010116300393


Para saber mais e fontes:



Apesar de relativamente desconhecido, o niquim (Thalassophryne nattereri) é o peixe venenoso que mais causa acidentes no Brasil. 

Presente em toda a costa nordestina, é muito comum na costa marítima de Alagoas.

Professor Ricardo Hisamoto - Biólogo.

Pesquisadores do Butantan descobriram na peçonha do niquim (Thalassophryne nattereri) um 
peptídio com atividade antiinflamatória para esclerose múltiplahttps://goo.gl/9Fv8Xu


Peter Moon | Agência FAPESP – Quando se pensa em um peixe venenoso é comum lembrar…
AGENCIA.FAPESP.BR

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Maior morcego do mundo ameaçado de extinção pela caça Raposa-voadora encontrada na Ásia pode sumir do planeta em seis anos


Artigo por
Sciam

John Platt

Com envergadura de mais de 1,5 metro, a grande raposa-voadora (Pteropus vampyrus) é o maior morcego do mundo. Mas seu tamanho não tem ajudado: tornou-se alvo de caça e muitos são mortos todos os anos, levando a espécie a ser ameaçada de extinção, de acordo com uma pesquisa recente.

O estudo, liderado por Jonathan H. Epstein do Wildlife Trust, de Nova York, foi publicado na edição on-line do Journal of Applied Ecology. É o primeiro de seu gênero a examinar morcegos frugívoros na Ásia.

A grande raposa-voadora é encontrada em países como Indonésia, Malásia, Mianmar e Camboja. Somente na Malásia, 22 mil morcegos são caçados legalmente todo ano, e um número ainda desconhecido é morto de forma ilegal. Epstein declarou que esse nível de caça “é insustentável para o número de morcegos no país e vai dizimar essa espécie ecologicamente importante”.

Sobre essa importância ecológica, Epstein disse à BBC que os morcegos “comem fruta e néctar e, ao fazer isso, espalham as sementes e polinizam as árvores. Assim, são cruciais na propagação de plantas tropicais”.

A raposa-voadora está atualmente listada como “quase ameaçada” pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que põe a espécie em “declínio significativo... por estar sendo superexplorada para fins de alimentação muito além de seu alcance e por causa da degradação em curso de seu hábitat primário na floresta”. A pesquisa mostra que a população da raposa-voadora caiu “a uma taxa provavelmente menor que 30% nos últimos 10 anos”.

Epstein e sua equipe descobriram que os morcegos viajam grandes distâncias em busca de comida e atravessam centenas de quilômetros entre poleiros, o que muitas vezes os leva a cruzar fronteiras nacionais. A espécie é protegida na vizinha Tailândia, mas a caça é permitida em países próximos.

Usando modelos de computador, Epstein diz que a grande raposa-voadora pode ser extinta em seis anos.

Para salvar a espécie da extinção na Malásia, Epstein e seus colegas estão pedindo uma proibição temporária da caça. De acordo com o Wildlife Trust, “o Departamento Malaio de Parques Nacionais e Vida Selvagem participou da pesquisa e está revisando a política de caça à luz desse estudo”.




Para saber mais e fontes:






A Raposa Voadora (Pteropus vampyrus, 
Pteropus alecto) é uma espécie magnifica, basicamente nectarivora e frugivora, entre os mamíferos é comprovadamente um dos mais inteligentes.

Dócil e com hábitos diurnos, ela é encontrada em parte da África, Ásia e Oceania e extinta em algumas ilhas do Oceano Pacifico.

Em alguns países do sudeste-asiático, como Laos, Vietnam e Camboja,  são caçados indiscriminadamente, onde são servidos  como iguaria, o que é lamentável!.

Professor Ricardo Hisamoto - Biólogo.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Os Elefantes continuam a correr riscos no Gabão

Por:  NATIONAL GEOGRAFIC

"Perdemos até 75 % de todos os elefantes da floresta nesses últimos oito a dez anos", diz Lee White, que supervisiona 13 parques nacionais do Gabão. 

Existem cerca de 40.000 elefantes da floresta no Gabão, o futuro desses elefantes será trágico se nada for feito, segundo informado, o Gabão está tentando mudar isso. 

 Posted by Christina Russo in A Voice for Elephants.


O Gabão, apesar de ser um dos países mais prósperos da África equatorial pela sua economia impulsionada pelo petróleo, possui um presidente cujo o mandato já dura quatro décadas!

Esse "presidente" nunca tomou iniciativas ou medidas concretas para a preservação das espécies de Fauna e Flora de seu país, exemplo disso são mais de 120.000 elefantes mortos nos últimos 10 anos.

Professor Ricardo Hisamoto - Biólogo



Photograph courtesy Michael Nichols/National Geographic Creative
Photograph courtesy Michael Nichols/National Geographic Creative


Por:

África 21 Online


Tropa britânica foi enviada para combater caça ilegal de elefantes no Gabão


-A / +A
Em 2015, soldados ingleses foram enviados para o Gabão para combater um aumento na caça ilegal por marfim. De acordo com a BBC, trata-se de 12 soldados baseados na Irlanda do Norte, e que já estão a caminho do país africano.



Cerca de 15 mil dos 22 mil animais que compunham a população do Minkebe foram mortos por caçadores
(DR)

O Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, pediu ajuda para combater o comércio internacional de marfim. Recorde-se que muitos dos elefantes do país foram já vítimas da caça ilegal, para comércio do marfim para a Ásia, com a população desta espécie em risco.

Os elefantes estão no Parque Nacional Minkebe. Cerca de 15 mil dos 22 mil animais que compunham esta população foram mortos por caçadores.

Os soldados britânicos que seguiram para o Gabão irão agora trabalhar com rangers num centro de treino local, em Mokekou.

Redação

Saiba mais, fontes e imagens:

http://voices.nationalgeographic.com/2014/02/24/gabon-ground-zero-for-forest-elephants/?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_content=link_fb20140226ngnw-grozer&utm_campaign=Content

http://www.africa21online.com/artigo.php?a=15870&e=Ambiente#sthash.Y2ZvZorE.dpuf

http://veja.abril.com.br/ciencia/os-paises-nao-poderao-mais-fugir-da-responsabilidade-em-relacao-a-morte-dos-elefantes/

http://santuariodeelefantes.org.br/fatos-numeros/

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O Eucalipto importado da Oceânia

Apesar da distância da  Austrália... 

Se não fosse parte do Eucalipto (Eucalyptos globulus Labill)  deles, teríamos dizimado 99% de nossas árvores nativas para fazer cabanas, móveis, papel, carroças, carvão etc. 

São 2.955.000 hectares de Eucalipto plantados do Brasil, somente em Minas Gerais são 1.080.000 e São Paulo 574.029  

Até agora já dizimamos 38% do total de floresta nativa, no caso da mata atlântica, já são 78% da cobertura original. 

Atualmente não se pode mais consumir as arvores nativas, as multas são pesadas, porém a fiscalização é falha, infelizmente em algumas áreas isoladas e reservas indígenas ocorrem casos de biopirataria envolvendo a Flora e Fauna e o comercio clandestino de minerais raros...

Quem no século 21 diria que o ambiente é para o homem e não apenas o contrário? Nós não temos futuro sem a proteção do meio ambiente.


Professor Ricardo Hisamoto - Biólogo


Foto: Luciane C. Jaques  




por BRASIL ESCOLA



REFLORESTAMENTO COM EUCALIPTO NO BRASIL


As questões relacionadas à preservação do meio ambiente vêm se tornando uma preocupação crescente na sociedade mundial desde pelo menos a década de 1970, com a intensificação dos debates internacionais sobre essas questões. Essa tomada de consciência está ligada à constatação de que o homem depende intimamente de um ambiente saudável que garanta condições adequadas à manutenção da vida em diversos níveis no presente e no futuro.
No começo do século XX, o Serviço Florestal empreendido pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) – que foi um dos primeiros projetos de reflorestamento desenvolvidos no Brasil – encarregou o cientista/agrônomo Edmundo Navarro de Andrade a pesquisar qual a espécie vegetal que melhor se adaptaria ao meio ambiente e às exigências da empresa, visando dar provisão às suas necessidades de combustível – para mover as locomotivas – e também de dormentes para o assentamento de trilhos ao longo de suas linhas férreas.
Como o avanço do café estava acabando com as reservas florestais e com a madeira necessária às locomotivas, além das vias permanentes estarem ficando cada vez mais distantes, o reflorestamento tornou-se relevante. Diante disso, o engenheiro agrônomo Edmundo Navarro de Andrade iniciou o cultivo de eucalipto, em 1903, em Jundiaí, seguido de outros projetos, os quais resultaram em Hortos Florestais, como os de Aimorés, em Bauru; Bebedouro, Bela Vista, em Iperó; Boa Sorte, em Restinga; Brasília, em Cabrália; Córrego Rico, em Jaboticabal; Descalvado, Camaquã, em Ipeúna; Guarani, em Pradópolis; Loreto, em Araras; São Carlos, Sumaré, Mogi Mirim, Tatu, em Limeira; e Rio Claro.
As pesquisas de Navarro no Serviço Florestal dessa empresa particular tornaram-se bastante conhecidas já em sua época, em virtude da grande eficiência e valor de seus resultados. De fato, Navarro tornou-se uma personalidade bastante conhecida nacional e internacionalmente. Acumulou diversas homenagens no Brasil e no exterior, graças às suas pesquisas de aclimatação e utilidade de Eucalyptos (gênero vegetal que escolheu como sendo o melhor para a finalidade de seu trabalho), tornou-se membro da Academia Paulista de Letras em 1939, secretário dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio do Governo de São Paulo em 1930, entre outros cargos importantes. Publicou mais de uma dezena de livros sobre seus estudos – que se fossem traduzidos do Português, fariam dele a maior autoridade em eucaliptos no mundo.
O Brasil possui atualmente cerca de 6 milhões de hectares em área reflorestada com eucaliptos que são destinadas à produção de carvão vegetal para a indústria siderúrgica e de ferroligas, para produção de celulose, papel, painéis de madeira e outros subprodutos, como tecido sintético, cápsulas de remédios, produtos de limpeza, alimentos, perfumes e medicamentos. Em uma proteção racional às florestas nativas, cresce a cada dia o uso da madeira sólida proveniente dessas plantações florestais. Embora muitas vezes criticadas pela opinião pública como uma ameaça às florestas naturais, as florestas plantadas de Eucalyptus e Pinus cumprem, na verdade, um papel de compensação, fornecendo a matéria-prima que de outra forma seria obtida das florestas naturais. Além disso, os eucaliptos são árvores de crescimento rápido, de alta rotatividade natural e comercial, pois possuem diversas aplicações e utilidades, assim como já havia notado Navarro de Andrade anteriormente.
Em um país que fez e ainda faz pouco caso com as suas florestas naturais, o trabalho de uma empresa particular para sanar suas necessidades foi de um exemplo sem igual no Brasil e merece sua atenção e pesquisas históricas.
Por Amilson Barbosa
Colunista Brasil Escola