terça-feira, 9 de maio de 2017

Incidente do Passo Dyatlov

 O incidente do Passo Dyatlov foi um acontecimento que resultou na morte de nove pessoas, oito estudantes (sendo duas mulheres) e um professor, ao norte da Rússia, nos montes Urais na noite de dois de fevereiro de 1959.

Os registros fotográficos da expedição, posteriormente resgatados, auxiliaram para traçar uma “linha do tempo” da investigação.





O fato aconteceu na costa leste da montanha Kholat Syakhl, cujo nome em Mansi (dialeto da tribo nativa da região) significa "Montanha dos Mortos".
Desde então, a região onde o incidente ocorreu é chamado de Passo Dyatlov, baseado no nome do líder do grupo, Igor Dyatlov.


Igor Dyatlov

A ausência de testemunhas e as investigações subseqüentes acerca da morte dos esquiadores inspiraram intensas especulações.

Inicialmente, o grupo consistia em oito homens e duas mulheres, a maioria estudantes e graduados do Instituto Politécnico de Ural (atualmente Universidade Técnica dos Urais).



O objetivo da expedição era alcançar o monte Otorten, uma montanha situada à 10 Km ao norte do local do incidente. Esta rota, naquela temporada, era classificada como "categoria III", a mais difícil. Todos os integrantes possuíam experiência em excursões de esqui e expedições em montanhas.

 






O grupo viajou de trem para Ivdel, cidade ao centro da província de Oblast de Sverdlovsk, desembarcando ali em vinte e cinco de janeiro. Eles então tomaram um caminhão para Vizhai, o último assentamento inabitado ao norte, começando a marcha em direção ao monte Otorten em vinte e sete de janeiro.




Por problemas de saúde, um dos integrantes, Yuri Yudin, teve de desistir da expedição e retornar.




Diários e câmeras encontrados em seu último acampamento tornaram possível rastrear a derradeira rota do grupo no dia anterior ao incidente.


Câmera fotográfica encontrada no acampamento


Em trinta e um de janeiro, eles chegaram à beira de um morro e prepararam-se para escalá-lo.

Em determinado trecho do vale,  eles estocaram comida e equipamento extra, que seriam utilizados mais tarde na viagem de volta. No dia seguinte, primeiro de fevereiro, os esquiadores começaram a descer o passo.



Ao que parece eles planejavam atravessar o local e acampar do outro lado durante a noite seguinte, mas devido à piora nas condições meteorológicas, com tempestades de neve e declínio de visibilidade, o grupo acabou se perdendo e seguindo para oeste, subindo em direção ao topo do Kholat Syakhl. Quando perceberam o equívoco, eles decidiram parar e montar acampamento no declive da montanha.




Igor Dyatlov, o chefe da expedição,  combinou que mandaria uma mensagem telegráfica para seu clube esportivo assim que o grupo retornasse a Vizhai. Estimava-se que isso ocorreria por volta de doze de fevereiro, mas mesmo com o passar da data não houve reação, pois atrasos eram comuns em expedições desse tipo. Em vinte de fevereiro, depois que familiares dos viajantes exigiram uma operação de resgate, os administradores do instituto enviaram as primeiras equipes de busca, formadas por alunos e professores voluntários. Posteriormente, o exército e forças policiais foram envolvidas, com aviões e helicópteros requisitados a juntar-se à operação.






Conforme estimativas baseadas na linha do tempo, na noite de 02 de fevereiro algo aterrador ocorrera com a expedição.
 Investigadores na época do ocorrido, determinaram que os esquiadores rasgaram suas barracas de dentro para fora, fugindo a pé, somente de meias,  sob forte nevasca.






Apesar dos corpos não demonstrarem sinais de luta, duas vítimas apresentavam o crânio fraturado e duas tinham costelas partidas. As autoridades soviéticas determinaram que uma "força desconhecida" provocara as mortes; o acesso à região foi conseqüentemente bloqueado a esquiadores e aventureiros por três anos após o incidente. Devido à ausência de sobreviventes, a cronologia dos eventos ainda permanece incerta.


Em vinte e seis de fevereiro, as equipes de busca encontraram o acampamento abandonado em Kholat Syakhl. A barraca estava arruinada, e uns conjuntos de pegadas seguiam até a margem de um bosque próximo, estando cobertas por neve após 500 metros. Na beira da floresta, sob um grande e antigo pinheiro, foram encontrados os restos de uma fogueira, juntamente com os primeiros dois corpos, descalços e usando apenas roupa de baixo. Entre o pinheiro e o acampamento estavam outros três corpos, mortos em posição que sugeria que estivessem tentando voltar às barracas. Eles foram encontrados separadamente, a distâncias de 300, 480 e 630 metros do pinheiro.





A busca pelos quatro esquiadores restantes levou mais de dois meses. Eles foram finalmente encontrados em quatro de maio, debaixo de 4 metros de neve, em uma ravina embrenhada na mata próxima ao pinheiro.




Uma investigação foi  imediatamente aberta após o surgimento dos cinco primeiros corpos. Inicialmente os exames não encontraram ferimentos que pudessem ter provocado as mortes, sendo concluído que todos morreram de hipotermia. Um dos corpos apresentava uma pequena fissura no crânio, inicialmente não considerada um ferimento fatal.




A necrópsia dos quatro corpos encontrados em maio mudou completamente o cenário.
Três deles apresentavam ferimentos fatais, sendo dois com fraturas cranianas e dois com extensas fraturas torácicas.  A força necessária para provocar tais ferimentos teria de ser extremamente alta, com um dos especialistas comparando-a à força de uma colisão automobilística.
O mais notável é que os corpos não traziam feridas externas, como se tivessem sido esmagados por um alto nível de pressão.
Apenas um dos mortos tinha um ferimento externo considerável: estava sem a língua.
A análise das roupas identificou que elas continham um elevado nível de radiação.



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O responsável pela investigação,   Lev Ivanov,   relatou durante uma entrevista em 1990 que, nos meses de fevereiro e março de 1959, diversas testemunhas, incluindo militares e meteorologistas, haviam relatado a visão de "esferas voadoras brilhantes" na área. Ivanov afirmou, na mesma entrevista, que já na época do incidente imaginara haver algum tipo de relação entre os casos.




Inicialmente, especulou-se que o povo indígena Mansi poderia ter atacado e assassinado o grupo por invadir seu território, mas as investigações indicaram que a natureza das mortes não suportaria tal tese; apenas as pegadas dos esquiadores eram visíveis, e eles não apresentavam sinais de combate corpo-a-corpo.
Evidências sugerem que o grupo foi obrigado a deixar o acampamento durante a noite, quando já estavam dormindo. Embora a temperatura estivesse baixa (por volta de -25° a -30°C), com tempestade e fortes rajadas de vento, os mortos estavam apenas parcialmente vestidos. Alguns deles tinham apenas um sapato, enquanto outros usavam somente meias. Outros foram encontrados enrolados em pedaços de roupas rasgadas, aparentemente arrancadas daqueles que já haviam morrido.
O veredicto final foi que todos os integrantes do grupo morreram devido a uma "força desconhecida". O inquérito foi oficialmente encerrado em maio de 1959 devido à "ausência de parte culposa".



Monumento póstumo ao grupo


As evidências referente ao incidente  foram  arquivadas, sendo liberadas  ao público  na década de 1990, porém constatou-se que boa parte da documentação havia se perdido.



Em outubro de 2013, o norte americano Donnie Eichar, escritor, diretor e produtor de filmes para o cinema e televisão, publicou o livro “ Dead Mountain” The untold true story of Dyatlov Pass incident (ainda sem título em português).


Vídeo History Channel




Para saber mais e fontes:


http://www.dailymail.co.uk/news/article-2401175/Dyatlov-Pass-Indicent-slaughtered-hikers-Siberias-Death-Mountain-1959.html

https://www.youtube.com/watch?v=NwTfhMDOTdE

https://www.rt.com/news/328454-body-found-dyatlov-pass/

http://www.chroniclebooks.com/titles/dead-mountain.html

https://www.facebook.com/DeadMountainBook/


Mysterious Deaths of  Nine  Skiers Still Unresolved - St. Petersburg Times

Перевал Дятлова – Урал

Цена гостайны - девять жизней, изд-во - Уральский рабочий, Свердловск

Tradução, edição e adaptação

Professor Ricardo Hisamoto – Biólogo.

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